domingo, 29 de agosto de 2010

do que (Realmente) se trata:

(ou "o que se trata é doença.")

e tudo se trata
apenas:
desrespeitar a palavra

e enfiar a poesia no rabo.

Salvar.

brincar com a plavran
palavraõn, gigo, digo...
palavra.

descrever como onda a incessante corrente,
do ser que me atravessam,
atravessa, digo, corrijo.
eu sou

como no de serpente
do ser do sabente,

errou.

como eu diga e
afirma que a nota imprecisa,
pressou.

como um canto enfadonho
do distante
singelo
gelou

como eu me corrija
e fadiga
me atinja.
velou.

domingo, 22 de agosto de 2010

Sentidos

Palavra entra através
olhos, ouvidos
e demais sentidos
se assim houvessem

Sai crua
por dedos ou bocas
e demais sentidos
há de expressar

Palavra, apenas
papel, caneta e voz
ouvida.
cantada, não lida
repete os demais
e vai,
se assim quiserem
senti-la

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Por que todas as noites
acabam, invariavelmente
em cerveja, sacanagem
e poesia?

Por que perguntar?
Por que dizer?
ler?
Por quê?

Poesia muda o mundo.
transforma
Esse não é o porquê.

The darkest 'n longest night

Nesta noite percebi
pereci o velho
alguém fala sobre melhora
algo caminha

faço projetos
tão etéreos como o sonho
tão concretos como a fumaça

algo está por vir.
Gastei folhas alheias
com sonhos,
inatingíveis.

Gastei idéias,
como um viciado
a procurar.

Me achei em algo
inexistente

Valeu a pena
neste momento.

O que é um poema?

E como terminá-lo?

O poema é.
Algumas imagens
e a fumaça
do que pode ser.

Termino com um ponto final.
E a mesma fumaça de sempre
do que pode ser.

O Homem da minha vida

O Homem da minha vida
diz sim
ele é forte e puro.
ele contrasta.

A minha vida
diz.
Ela é
pura.

A vida é.
Contraste
Jurei, seria
o último verso, carteira
canção.

Jurei amor eterno
e tantas coisas mais.

Prometi tanto... tanto...
Que me esqueci.
do que era, fui
sou.
Agradecer ao canalha
E escrever, apenas
bêbado.
Acho que estou...

Imagens e faróis
distantes, passam.
E eu aqui
Procurando a palavra errada
pra encaixar no verso certo.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Escrevo porque não é,
por não ser.
Nao é tatuagem.
Se mostra o momento,
ente.

Escrevo porque é.
Se mostra o momento
naquele momento
eterno,
ser.

Escrevo porque sou
poesia.
o golpe de sorte da noite me bastaria para dizer:
tudo isso é tão falho

desistir da revolta
me faz transcender.
desistir da prosa,
tanto faz.

mas a poesia me reinventa
me dê mais uma cerveja
e eu prometo, não farei outro poema

apesar de não acreditar na revolução
apesar de ser o primeiro
e último
poema.

que não se ouve
e não se chora
enquanto se sente
e se quer chorar
enquanto ri
dos versos alheios
enquanto a amizade fala:
"falha"

e o poema não acaba,
atravessa o tempo
e a música.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Litorâneo

sentir, vento
eriçar de pêlos
certezas: fumaça

certeza essa, sei
não valhe mais que palavras

sei, porém:
a concretude da areia,
do sal, da água...
viva ou da vida?
em momento nenhum,
ao que parece,
me aparece como mais real
do que a embriaguez,
ou o quase-sono.

Poema Passarinho

Cento e quarenta caracteres
e um poema
Cento e quarenta caracteres
e algumas metáforas
Foi tudo que o passarinho
pôde me dar
Cento e quarent