terça-feira, 21 de setembro de 2010

poema noturno

sente na ausência
algo indefinir
busca poesia ou filosofia,
tentear mais respostas que houverem.
vãs.
se esvai no átimo:

em ruas conhecidas
por nomear,
distante o verbo, presente o medo

questões ancestrais
com respostas fáceis
concluem nada
sobre o nada que carregam

enumera versos arrítmicos
incontextuais, incongruíveis
ao desistir
sem tentar o real

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Menino Morto (tentativa de Haicai)

rio congelado
na neve, corre o menino
outono ainda chora

Neujahrstag

artíficies articulam ilusões: céu noturno
bebida fraca queima garganta: fogo estelar
Feuerwerk

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Norma

imposições artificiais,
pesadas
sobre pena e língua
desgastam a palavra,
além de mim;
e me tiram as razões.
Entendimento,
caro amigo.
nas confortáveis fumaças
do letárgico saber.

compreensão não me parece ser...
nem é preciso.

Réquiem para a identidade poética.

cantar o fim
do(s) sentido(s), da razão, do poema
quebrar. quebrar.
construir o nada

entender o não:
propósito do rompimento
achar a beleza do ausente
e que não haja recompensa
na incerteza do verbo não Ser,
ao menos procurar

destruir o indizível
e tantas coisas mais;
separar o verso, inocente

e não deixar
no verso apenas

fazer de cada palavra
vida dentro da morte.
Apenas
______será suficiente
__________________a mudança.
Apenas
______fim.

Apenas
______será suficiente
_________________a mim,
______instrumento
________________do poema.
________________________(e de mais o quê?)
do descaso de sentir-te tanto.