segunda-feira, 27 de junho de 2011

Sem Título

Bota a dor no papel, poeta. Escreve tudo em prosa, porquê poesia, assim como o mundo, é fumaça. Sua dor é pedra, é prosa, é tudo que existe de verdade. Bota no papel, poeta. Porque sabemos que não vai passar. Que vai continuar latejando em seu pescoço. Você vai continuar bebendo demais, pensando demais, fumando demais. E os remédios que você toma uma hora acabam. E o sangue que você tira do seu braço uma hora para de jorrar. Mas o papel está lá. Bota no papel, Tadeu. Que não apaga a ferida tão cedo. Mas uma hora adormece. Bota no papel. Porque você não consegue mais chorar.

Um comentário:

  1. Tenho que dizer que subestimei, e muito. No fundo eu não era muito bem capaz de acreditar que o "poetadadepre" fosse de fato um poeta, ou ao menos alguém com empenho o suficiente ao escrever que me fizesse pensar que o era! (:
    Enfim, agora falando especificamente sobre o este seu escrito, que mesmo breve e o primeiro que eu tenha lido,já me cativara bastante. Gosto do modo simplista com que expõe suas ideias, não se apoia em palavras supérfluas para passar ar de intelectual e automaticamente "garantir" a qualidade do seu texto. Você se expressa bem, e adorei o jogo de palavras que usou se referindo aos sentimentos de um poeta de uma forma individualista com relação a profundidade, no então tão profunda que só se traduz de si a si mesmo, por meio do papel.
    Seu pequeno texto me estimulou uma série de ideias, espero poder compartilhá-las com você posteriormente enquanto leio seu blog outras vezes.
    Até breve, Nayara, Constance...

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